IMMORTAL
Immortal é uma
banda de
black metal de
Bergen,
Noruega, formada em
1990. Considerada uma das pioneiras do estilo, a banda foi fundada por
Demonaz e
Abbath, sendo encarregados de escrever todas as músicas e letras. Não são irmãos, apesar de às vezes assinarem seus nomes como "Demonaz Doom Occulta" e "Abbath Doom Occulta".
Após o início de uma disputa legal pelo nome em 2014, o Immortal passou por mudanças na formação, que agora consiste em
Demonaz (guitarra e voz) e
Horgh (bateria).
Abbath, por sua vez, deixou o grupo e seguiu em
carreira solo.
História
Início (1990-1991)
Em
1988, esses dois adolescentes noruegueses, juntamente com
Varg Vikernes (também conhecido como Count Grishnackh, que algum tempo depois formaria o grupo de um homem só, o
Burzum) e mais dois rapazes (Tyr e Alligator) formaram uma banda chamada
Old Funeral. Esta banda fazia um thrash/death com pequenos indícios de black metal moderno. Sua primeira demo saiu em algum período de
1989 e se chamava "Abduction of Limbs". No Old Funeral, Abbath e Demonaz tinham as mesmas funções que desempenham no Immortal: Abbath tocava baixo e fazia os vocais e Demonaz cuidava das guitarras. A Old Funeral também lançou um EP intitulado "Devoured Carcass", lançada e gravada em
1990.
Enquanto tocavam na Old Funeral, Abbath e Demonaz também tocavam numa outra banda chamada Amputation.
[1] Os outros membros da Amputation eram Armagedda (bateria) e Jorn (guitarra). Em 1989 lançaram sua primeira demo, "Achieve the Mutilation", contendo, ao invés do black metal da Old Funeral, um death metal tosco. Outra demo foi lançada em 1990, mas esta permaneceu sem nome.
Da metade de 1990 até a metade de
1991, Abbath e Demonaz tocaram em mais uma banda chamada Satanael, que envolvia Count Grishnackh também. A Satanael não alcançou o sucesso da Amputation e da Old Funeral, o que ocasionou a dissolução de seus membros. Este acontecido levou Count Grishnackh a montar sua própria banda, Burzum. Enquanto isso, ainda sob o nome de Amputation, gravaram a demo "Suffocate" e logo depois "The Northern Upins Death". Após o lançamento, o guitarrista Jorn abandonou o restante do grupo por motivos desconhecidos, o que ocasionou a mudança do nome para Immortal. Uma das gravadoras a contatar a banda foi a francesa
Osmose Productions,
[2] que queria assinar um contrato com o grupo para o lançamento de 4 álbuns. Durante esse período a banda já possuía músicas suficientes para a gravação de um single de 7", que foi lançado ainda em 1991.
Diabolical Fullmoon Mysticism (1991-1992)
No começo, Abbath e Demonaz estavam muito inspirados pelos álbuns da banda de black metal
Bathory (juntamente com
Celtic Frost e
Destruction). Com apenas seis faixas mais uma introdução prontas, o Immortal entrava em estúdio para a gravação de seu álbum de estreia. Este foi lançado em
1992 com o nome
Diabolical Fullmoon Mysticism. Elogios vindos de toda parte soterraram os membros da banda. Mas Demonaz e Abbath acabaram por enfrentar alguns problemas com o seu baterista. Armagedda deixa as baquetas,
[3] sendo substituído por Kolgrim (ou Koldrin, nome esse que gera muita controvérsia). Com uma formação agora intacta, gravam um videoclipe para a música "The Call of the Wintermoon".
[4]

Abbath no Party.San Open Air 2012
Muitos se perguntam se os membros do Immortal são satanistas ou não. Numa entrevista para a imprensa norueguesa, Demonaz afirma que não são. Kolgrim acaba por explicar que suas letras não falam de satã, e sim, da natureza e do inverno nórdico, o que impede que seu estilo seja denominado "black metal". Ao invés disso, preferem usar a denominação "holocaust metal" (metal holocáustico) ou simplesmente "winter metal".
Pure Holocaust (1993-1994)
Em
1993, o Immortal começou a ensaiar novamente. Demonaz e Abbath acabam por perceber que Kolgrim era um baterista preguiçoso, então sua substituição era necessária. Antes da obra-prima
Pure Holocaust[5] ser gravada, eles acharam um baterista competente chamado
Erik "Grim" Brødreskift.
[2] Ao contrário do que muitos pensam, Grim não gravou a bateria de
Pure Holocaust, Abbath o fez.
[2] Este disco mostrou ao mundo que o Immortal criou seu próprio estilo, diferentemente de
Diabolical Fullmoon Mysticism. A bateria do álbum foi gravada numa velocidade extrema e as melodias eram mais densas que as das músicas anteriores.
Com novo material na bagagem, Abbath, Demonaz e Grim saíram na primeira turnê da Immortal, a "Fuck the Christ Tour '93",
[6] no inverno de 93/94. Durante dois meses a banda excursionou por toda a Europa, provando que o metal norueguês estava a todo vapor. Pouco depois da turnê, Grim saiu do Immortal. Abbath e Demonaz estavam sem um baterista novamente. Mas como as mentes do Immortal são os Occulta, eles começaram a escrever um novo material. Quando já possuíam 2 faixas prontas, saíram em sua segunda turnê no verão de 94. Na "Sons of Northern Darkness Tour",
[7]preencheram o espaço do baterista com
Hellhammer, do
Mayhem.
Battles in the North (1995-1996)
Porém, com o sucesso de "Pure Holocaust", Abbath se sentiu confiante e assumiu as baquetas do Immortal no álbum seguinte. Em setembro de
1994 Battles in the North foi gravado. Ao compararmos este com "Pure Holocaust" não encontramos muitas diferenças. O primeiro, entretanto, foi lançado em 5 versões diferentes. A primeira versão era um promo-CD que saiu em
1995 com uma belíssima capa. Consequentemente, Abbath e Demonaz decidiram lançar uma outra versão com outra capa (sendo esta a oficial). Ainda em 1995, a Osmose lançou uma versão digipack do álbum, que acabou sendo idêntico à versão original, sem nenhuma música bônus. Como muitas outras gravadoras, a Osmose lançou também um picture-LP de
Battles in the North, limitado a 300 cópias pelo mundo. Quando a gravadora decidiu lançar algo especial para os fãs, lançaram uma estupenda edição especial, contendo 3 músicas bônus (tiradas do primeiro single da Immortal), um poster, um encarte especial e uma capa nova.
O álbum Battles in the North conquistou o mundo em 1995, fazendo com que o Immortal decidisse pela gravação de 2 videoclipes deste álbum. Após terem conseguido pouco sucesso com o primeiro videoclipe ("The Call of the Wintermoon"), Abbath e Demonaz queriam criar um vídeo que possuísse algo especial. Depois de escreverem um script brilhante, foram até as montanhas norueguesas, cobertas de neve, para a gravação. O resultado saiu no final de 1995, quando "Masters of Nebulah Frost" mostrou ao mundo como o metal nórdico soava e parecia.
Uma terceira turnê do Immortal estava planejada juntamente com os pioneiros do death metal:
Morbid Angel. Novamente na Europa, a banda cumpre seus compromissos com sucesso.
No novo ano que surgiu, o Immortal começou a criar o seu quarto álbum. Os Occulta então viram que o seu problema de baterista deveria ser resolvido. Não precisaram procurar muito. Viram a vaga preenchida por Horgh, um excelente músico. Abbath e Demonaz o conheciam havia muito tempo, mas não conheciam suas habilidades como baterista. Abbath, então, passou suas técnicas a Horgh para que este pudesse tocar as músicas mais antigas da banda.
Blizzard Beasts (1997-1998)
No outono de
1996 a banda entra em estúdio para a gravação da demo do novo álbum. Escolheram o estúdio Sigma para tal. O álbum
Blizzard Beasts esmigalhou todas as críticas anteriores com uma produção poderosa e crua, aliada às fenomenais, pesadas e destruidoras habilidades dos músicos. Quando tudo parecida bem, Demonaz acaba tendo uma infecção na mão direita, tendo de ser internado às pressas. Todas as turnês foram canceladas.
O ano de
1997 deveria ter sido um ano de turnês. Acabou sendo um ano de preparação. A sonoridade do álbum "Blizzard Beasts" foi dita como semelhante ao antigo Morbid Angel, e esta fama a banda não queria. Como sempre, o grupo possuía o seu próprio som e estilo, o que forçou os membros do Immortal a fazerem uma reviravolta em suas carreiras. Demonaz, Abbath e Horgh começaram a escrever um material totalmente diferente dos anteriores.
No meio da época de composição do novo disco, a banda sai numa turnê inesperada. A banda tocou como headliner no No Mercy Festivals Part II, que também tinha como atrações o
Cannibal Corpse. Como prova da grandiosidade e popularidade do grupo, o Immortal também foi convidado a tocar no Dynamo Open Air Festival, na
Holanda. Infelizmente, entretanto, Demonaz não pôde mais tocar as guitarras do conjunto. Sendo assim, Abbath assumiu seu lugar e Ares assumiu o baixo. Porém, Ares não quis tornar-se membro permanente para concentrar-se em sua outra banda, o Aeternus.
At the Heart of Winter (1999-2000)
O mês de novembro de
1998 foi escolhido para a gravação do quinto álbum nos estúdios Abyss, de
Peter Tägtgren. O álbum foi intitulado
At the Heart of Winter e lançado em fevereiro de
1999. O disco mostrou uma grande mudança em comparação com seus trabalhos anteriores e foi elogiado por muitos críticos por sua fusão de black com thrash metal, com um ritmo mais lento e palhetadas de guitarra bem diferente do black metal tradicional. O logotipo também foi trocado por um mais simples e pela primeira vez a capa não continha uma foto da banda, mas sim uma paisagem mitológica dominada por um castelo. Abbath explicou que decidiu não representar a banda e uma imagem porque esta era "inexistente e incompleta". O álbum aumentou seu número de fãs e tornou o Immortal uma das bandas mais populares do gênero.
Após contribuir com um cover da canção "To Walk the Infernal Fields" para o álbum-tributo ao Darkthrone chamado Darkthrone Holy Darkthrone, o Immortal voltou às performances ao vivo com um novo baixista, Stian Smørholm, conhecido como Iscariah.
Damned in Black (2000-2001)
O sexto álbum do Immortal,
Damned in Black, foi lançado em abril de
2000. Este foi seu último trabalho publicado através da Osmose Productions, pois banda firmou um contrato com a gravadora alemã
Nuclear Blast. Para promover o álbum, realizaram una tour norte-americana junto a
Angelcorpse,
Satyricon e
Krisiun. Na sequencia, os membros do grupo se envolveram em outros projetos musicais: Horgh tocou bateria em shows do Pain, Abbath colaborou com o projeto Det Hedenske Folk e Iscariah gravou faixas de baixo para o álbum
Ceremony in Flames do
Wurdulak.
No mesmo ano, realizaram uma regravação da música "From the Dark Past" no álbum-tributo ao Mayhem,
Originators of the Northern Darkness. Em
2001,
Damned in Black ganhou o prêmio
Alarm como melhor álbum de metal.
Sons Of Northern Darkness (2002-2003)
Em setembro de 2001, o Immortal voltou aos estúdios Abyss com o produtor
Peter Tägtgren para começar a gravação do trabalho seguinte.
Sons of Northern Darkness, lançado em fevereiro de 2002, apresentava uma atmosfera mais melódica, cheios de
blast beats, e em alguns momentos lembrando o álbum anterior. O disco também foi lançado em edição limitada numa caixa de metal, que esgotou rapidamente.
[8]
Entre março e abril, participaram do festival europeu No Mercy, organizado pela revista
Rock Hard, dividindo o palco com bandas como
Vader,
Hypocrisy,
Malevolent Creation e
Deströyer 666. Após o fim da tour, atuaram como convidados do
Manowar em alguns concertos nos
Estados Unidos,
[10][11] mas sem a presença de Iscariah, que abandonou o grupo depois de três anos para unir-se ao
Necrophagia e fundar o Dead to this World.
[12][13] O baixista emitiu um comunicado dizendo: "Segui meu instinto e deixei o Immortal. Esta banda tem sido minha vida nos últimos três anos e agora me encontro como se estivesse me divorciando. O grupo está se tornando cada vez mais famoso e isso significa uma dedicação completa com o mesmo. O Immortal contratará um novo baixista que realizará a tour europeia e outras atuações. Somos otimistas sobre sua capacidade e estou seguro que será um baixista permanente. A banda revelará seu nome nos próximos dias. Aproveito para saudar meu irmãos e desejo-lhes o melhor para o futuro".
No início de 2003,
Sons of Northern Darkness foi nomeado aos prêmios noruegueses
Spellemann e
Alarm, embora o ganhador de ambos tenha sido
Volcano do
Satyricon.
[Em julho, pouco depois de Horgh e Iscariah voltarem a se encontrar na banda Grimfist,
[18] começaram rumores de que o Immortal estaria se separando. Ainda que, a princípio, a
Nuclear Blast negasse os rumores, poucas horas depois o grupo anunciou oficialmente a dissolução.
Projetos paralelos e retorno (2004-2007)
Com o fim do Immortal, os integrantes continuaram trabalhando em outros projetos musicais. Horgh, o mais ativo do trio, uniu-se ao
Hypocrisy, além de continuar no Pain e no Grimfist.
[20] Abbath, por sua vez, colaborou como convidado no álbum
Isa do
Enslaved,
[21] e junto a Demonaz fundou o super-grupo
I com o guitarrista do Enslaved Arve Isdal, o baixista do
Gorgoroth King ov Hell e o baterista original do Immortal, Armagedda. I publicou seu álbum de estreia,
Between Two Worlds, em novembro de 2006.
Em junho do mesmo ano, Abbath disse em um entrevista para a Rock Hard que havia falado com Horgh e Demonaz sobre uma possível reunião da banda; pouco depois anunciaram datas de show no site oficial da Nuclear Blast. O posto de baixista foi ocupado por
Apollyon (Ole Jørgen Moe) do
Aura Noir. Segundo Abbath, Iscariah interessou-se na reunião do grupo quando percebeu que poderia tirar lucro, mas não foi aceito pelos outros membros da banda.
[24]
O resultado do retorno foi a turnê 7 Dates of Blashyrkh Tour, formada pelos seguinte concertos: Inferno Metal Festival em Oslo,
Hellfest em Clisson,
Tuska Festival em Helsinki, BB King's em Nova York, The Avalon em Los Angeles, Metal Camp em Tolmin e o
Wacken Open Air.
All Shall Fall (2008-2013)
Após terminar a turnê e realizar vários concertos, o Immortal começou a ensaiar e compor novo material para para o que seria seu oitavo álbum de estúdio. Em abril entraram nos estúdios Grieghallen e Abyss para começar a gravação.
[27] Um mês mais tarde anunciaram que haviam completado a gravação do álbum e que já tinham escolhido o nome:
All Shall Fall.
Em 9 de janeiro do ano seguinte realizaram um concerto exclusivo em sua cidade natal,
Bergen, marcando o inicio da tour promocional de
All Shall Fall.
[31] Em março realizaram uma excursão na
América do Norte com o nome "Blashyrkh in North America".Nesse mês,
All Shall Fall foi nominado ao prêmio Spellemann na categoria de melhor álbum de metal, porém a banda rejeitou a nomeação pouco depois.
[33] Demonaz explicou os motivos:
Sempre fomos uma banda polêmica e nunca nos vimos como uma banda ganhadora de prêmios. Não deixaremos que a indústria musical norueguesa nos dê uma palmada no ombro, somos uma banda voltada para os fãs. Em 2001 aceitamos o Premio Alarm porque os ganhadores foram votados pelo público.
Em fevereiro, os eleitores da revista
Terrorizer elegeram o "regresso do Immortal" como a notícia musical mais importante do ano. A banda não ganhou em nenhuma outra categoria, mas Abbath foi eleito o quarto melhor vocalista,
All Shall Fall segundo melhor disco e o Immortal a quinta melhor banda. Em junho, Immortal recebeu o prêmio
Metal Hammer Golden Gods na categoria "melhor banda underground".
Em agosto de
2010 lançaram seu primeiro DVD oficial,
The Seventh Date Of Blashyrkh, gravado no festival de
Wacken em 2007. O Immortal publicou em sua página na web um videoclipe inédito da canção "Unsilent Storms in the North Abyss", gravado com imagens de 1993 e com
Grim como baterista. Em 3 de setembro foi divulgado o vídeo da canção "All Shall Fall" em seu próprio site, o primeiro videoclipe produzido por eles em quinze anos.
O Immortal foi anunciado como atração principal do festival Hole in the Sky, que se celebrou em agosto de
2011. O grupo partilhou o palco com outros "reis do black metal norueguês":
Satyricon,
Enslaved e
Mayhem.
Saída de Abbath e novos planos (2014-presente)
Em dezembro de
2014, Abbath tentou apropriar-se do nome e o logotipo do grupo, algo que foi impedido pelo advogado de Demonaz e Horgh, que reivindicaram a divisão em partes iguais. Em sua defesa, o vocalista alegou que pensava que ambos haviam abandonado a formação depois de decidirem darem uma pausa e deixarem de pagar o local de ensaios, e destacou que Demonaz não tocava guitarra desde sua lesão e que Horgh simplesmente tocava a bateria. Abbath ainda afirmou que, como músico profissional, depende dos ganhos do Immortal e que, devido a seu contrato com a
Nuclear Blast, deveria enviar à gravadora alemã um novo álbum de estúdio que, segundo ele, teria sido gravado com outros músicos.
Finalmente, em março de
2015,
Abbath anuncia que não faz mais parte da banda e que seguiria com sua
banda solo. Em agosto de 2015,
Demonaz e
Horgh anunciaram que continuariam com a banda sem Abbath, e que estariam trabalhando em novo material.
[43] No fim de 2016, os dois integrantes confirmaram que já haviam terminado de compor um novo álbum e que iniciariam as gravações em janeiro de 2017.
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